Caneta Espiã Utilizada Para Incriminar

Policiais da Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes) de Sorocaba prenderam na manhã desta sexta-feira, em Itu, João Antônio de Araújo, o Gordão, 36 anos, acusado de assassinar um desafeto com um tiro na cabeça em março.

Em sua casa, os policiais encontraram uma caneta com câmera embutida, conhecida como caneta espiã. Nela estava gravado um filme onde João confessa o assassinato a um líder do PCC.

O vídeo mostra João sentando-se em uma cadeira diante da câmera e respondendo aos questionamentos de Itamar Barbosa de Freiras, preso junto com cinco cúmplices durante operação realizada em 13 de novembro e apontado como liderança da facção em Itu.

Segundo a polícia, o vídeo teria sido produzido por Itamar, que queria saber qual o motivo de Gordão ter assassinado José Antônio Machado, o Beleza, 37, também integrante do PCC, sem pedir permissão à facção. “Os integrantes do PCC têm de pedir permissão para praticar certos assassinatos, ainda mais o de outro criminoso do grupo”, explica o delegado Alexandre Banietti.

Os 12 minutos de gravação que contém a confissão poderão ser usados como prova contra Gordão perante a Justiça.

Filmagem  com um tom de pregação
O filme gravado pela caneta começa tenso, afinal a concretização de um crime sem a autorização da facção pode resultar em sentença de morte.

Gordão parece entender e demonstra nervosismo para explicar que só cometeu o assassinato porque havia recebido a orientação de um outro criminoso. Com o tempo, no entanto, a conversa ganha outro tom e Itamar, o homem no comando do interrogatório, passa a orientar Gordão sobre o perigo oferecido pelas drogas.

Quando Gordão afirma que é usuário de cocaína,  mas está tentando largar o vício, Itamar o orienta a usar os entorpecentes apenas para ganhar dinheiro e não para se deixar dominar. “É igual eu quando bebia. Até quando aguentava subir a escada eu bebia, mas quando comecei a precisar de ajudar, parei”, relata Itamar ao parceiro de facção.

Gordão também confessa que matou a vítima em troca de 100 gramas de cocaína e R$ 300 em dinheiro, além de poder ficar com o revólver que lhe foi dado para cometer o crime. “Sabemos que a facção se rearticulará em Itu, mas prendemos peças importantes”, afirma o delegado Alexandre Banietti.

Denúncia anônima leva polícia até reunião  do PCC
Sete homens foram detidos e dois acabaram presos na noite de quinta-feira (23), quando policiais da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes de Sorocaba receberam uma denúncia anônima informando que em uma loja do Parque Vitória Régia estaria sendo realizada uma reunião entre integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital).

A denúncia foi feita por telefone. Quando os policiais chegaram, oito suspeitos estavam dentro do estabelecimento. Um deles correu e conseguiu fugir a nado depois de se jogar nas águas do Rio Sorocaba.

Entre os detidos estão Dionísio de Ramos Neto, 34 anos, e Rafael Leandro Pimentel, 31, que eram procurados por serem acusados da autoria do assassinato de Ed Carlos da Silva Oliveira, ocorrido em Sorocaba, em janeiro deste ano.

De acordo com o  delegado Alexandre Banietti, Dionísio ocupava a função de “geral” do PCC em Sorocaba. Na hierarquia da facção, isso representa um cargo gerencial.  Já Rafael estaria ligado ao controle financeiro das operações criminosas.

Ambos serão mantidos encarcerados mediante mandado de prisão temporária expedido pela Justiça.

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